E diga-me, depois desta pequena introdução, qual é o seu objectivo ao vir aqui?
Eu quero ser normal.
Humm, o pedido mais comum. O que entende por normalidade?
O que a palavra indica. Estar dentro da norma.
Em relação a que aspecto?
Isso não sei. Gostava que a Dra descobrisse, para me ajudar a mudar esta situação.
Mas então como sabe que não é? Normal.
O meu marido disse-me, e eu confio plenamente no seu juízo. Porque eu não tenho nenhum. Juízo, entenda-se.
Esta sessão está a ser um pouco diferente do habitual. Espere um momento, tenho de reformular rapidamente a minha forma de actuar.
Está a ver…confirma a minha hipótese. Até em sessão parece que sou diferente do habitual.
Mas se fossemos todos iguais não teria graça nenhuma. A Rosa é uma criativa. Isso é um dom, não uma anormalidade.
E o que é que eu ganho com essa troca de palavras? Eu quero é viver bem. Dar-me bem com os outros. Viver tranquilamente. Não acordar com as mãos suadas de excitação por um novo projecto, uma nova ideia, um novo amor. Não acordar com as mãos suadas por nada. Não fazer surpresas, nem esperar surpresas. Não esperar grandes feitos. Nem feitios. Viver o presente. Presente, presente, Rosa, mete na cabeça que é presente e não o futuro nem o passado! Não amar perdidamente. Não fazer nada perdidamente. E se me perco de vez?
O seu discurso está cheio de deveres. Além disso, assim não seria a Rosa. É indispensável que se sinta bem, mas na sua pele. Um equilíbrio entre o que é esperado socialmente e aquilo que sente que é. Integrar a diferença no que é comum.
Pois aí está o problema. Não sentimos o que somos isoladamente, sentimos com os outros. Não é um processo individual, não depende apenas de mim. Era preciso que a pele dos outros também mudasse.
E quem lhe diz que não muda?
Ora, Dra…
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14 comentários:
pera aí...
não me digas que tb és magenta!
Mas agora só os magenta podem ser criativos...? :)
anónimo pergunta:
o que é um magenta?
sorry pela demonstração de ignorância
Brincadeiras de cores e de blogs, anónimo.
Rótulos como os outros? Mas talvez mais inofensivos...
magenta versus cristal, observadas por anónimos...
temos é que reinventar as cores e de preferência ser criativas ao nomeá-las...(isto para os anónimos vai ser uma tarefa mais fácil!)
assinado: talvez-índiga-talvez-não-mas-seguramente-fã-de-magentas-e-de-cristais-ou-critais-amagentados-ou-ainda-magentas-"acristalados"-porque-"cristalizados"-seria-,-isso-sim-,-uma-"anormalidade"
és cristal???
e n dizias nada...!
pois, os cristais são assim...
és cristal???
e n dizias nada...!
pois, os cristais são assim...
Pois claro que sou cristal, míscaro. Não me digas que ainda não tinhas notado...! :)
Respondendo à Rita: é verdade, uma "anormalidade". Os cristalizados. Mas não serão mais felizes? Pergunto-me genuinamente o que será melhor para a Rosa.
Beijinhos
Cara Rosa. Percebo-a, todos os dias tenho um diálogo interno semelhante.
Mas, por outro lado, para quê adquirir uma normapatia? NÃO AOS NORMOPATAS!
Cara Rosa,
faça-se amiga dos seus entusiasmos e das suas mãos suadas em vez de querer que elas desaparecam
Elas indicam o caminho :)
muito fixe Inês!
E quando é que vens aos Açores?
Joana!Que boa surpresa!
Os Açores...E se me perco de vez? :)
Beijinhos
Bom, este comentário vem fora de data, mas espero que não fora de prazo...
Há os que procuram ser diferentes, para se afirmarem, para sentirem que são alguém, no meio da multidão.
E depois temos os que são diferentes, e que sofrem o peso da diferença porque a sociedade lida mal com esta diferença (pronto, eu sei, mais rótulos...).
A 'normalidade', a 'média' definida pela sociedade, equivale na prática à mediocridade.
Por isso, Rosa, vive a tua 'anormlidade' como uma 'dádiva'. Sabendo sempre que tudo tem o seu preço. Mas tens sobretudo de ser tu mesma, não sucumbir ao que os outros querem/esperam que tu sejas.
Digo eu, que ando à procura do meu eu, para me sentir melhor na vida comigo!
Luís, nestas conversas não há prazos de validade, novos diálogos são sempre bem-vindos...
A Rosa agradece.
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