segunda-feira, 9 de junho de 2008

(Des)Encanto

Achas que eu vou ser feliz?

Tenho a certeza.

Como podes ter?

Tenho. Nunca te faltei à palavra.

Como no filme que fomos ver outro dia?

Parecido com esse.

Parecido como? Ela preferiu ficar neste mundo. Não entendo.

Neste mundo as pessoas também são felizes, mas de outras maneiras.

No outro pareciam-me mais. Tenho medo. São muito felizes neste?

Nuns dias são mais, noutros menos. E algumas vezes são muito felizes. Uns dias compensam os outros. No mundo de onde ela vinha estavam sempre felizes.

Porque preferiu ela então este mundo? “Sempre” é melhor do que algumas vezes.

Não sei…Se calhar porque no outro não era tão genuíno.

O que é genuíno?

É de verdade.

Ah. No castelo era tudo a fingir?

Não, acho que não. Tudo não…mas algumas coisas. Ela preferiu que não fosse nada a fingir.

E ela pensa que aqui não é a fingir?!

Se calhar.

Fazes-me mais massagens nas pernas, que eu vou adormecer?

2 comentários:

Luis disse...

Sem 'infelicidade', como dar o devido valor à felicidade?

Claro que me chegava uma dose mínima por ano, só a suficiente para poder continuar a dar valor à coisa!

Anónimo disse...

Exacto. Haverá poucos momentos em que sabemos que ela é verdadeira, a felicidade. Eternos breves momentos.