terça-feira, 20 de maio de 2008

Pormenores incalculáveis?

Bom dia. Bom, quer dizer, um dia chocho.

Sim, nem parece Primavera.

Bom, primeiro que tudo, conte-me…

O quê?

É uma forma de dizer…conte-me da sua vida.

Da minha vida? Da minha vida como?

Nestes últimos dias.

Ah, não estava a entender. Estou um pouco tensa. Por ter de resumir tudo rapidamente.

Conte-me o mais importante.

O mais importante ou o que despoletou o mais importante? É que são coisas diferentes…

Como assim?

Às vezes, algo que não tem nada a ver com o assunto central influencia a nossa decisão sobre ele. O assunto central.

Interessante o que me diz. Continue.

Bom, há modelos até que o explicam. A Dra não sabe? Isto não é tudo causa-efeito, embora as pessoas procurem sempre a causa. Um erro, em meu entender. Nem as causas. Impossível chegar até elas.

Mas a algumas, podemos.

Poderemos especular, sim. Se isso servir para alguma coisa. Por exemplo, senti que aquele telefonema de outro dia, de que já lhe falei, despoletou estas diferenças todas na minha vida nos últimos dias. Ainda que não tenha nada a ver com elas, pelo menos aparentemente. Uma causa improvável em relação às consequências que teve. Não nota que por vezes uma palavra dos outros, um comentário, uma imagem, uma canção, podem ter efeitos incalculáveis? Para bem e para mal. Creio que se tivéssemos consciência disso seríamos mais atentos. Bom, quem se preocupa com o bem-estar dos outros, claro.

Mas isso, como aliás já disse, é um pouco impossível. Porque uma causa pode ter efeitos completamente diferentes. Mais ainda se variamos de sujeito.

Tem razão. Embora haja coisas que, provavelmente, são universais, não? Quer então dizer que a Dra. não sabe nada de pessoas? Porque é por isso que aqui estou, não é? Porque entende de pessoas…

Não sei. A menina é que sabe porque é que está aqui. Eu só posso especular...

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