Esta rapariga é cheia de personalidade.
É doida, queres tu dizer.
Que disparate.
O que queres dizer com ter personalidade? Todos temos, não? Um conceito ultrapassado, esse.
Ora, é linguagem do senso comum. Se quiseres podemos começar uma conversa mais profunda. Sobre o eu, ou o facto de termos ou não uma estrutura definida. Mas não era minha intenção neste momento estar a maçar-te com isso.
Podem-se utilizar ideias simples para conceitos complexos. Há quem seja perito. Escusamos de entrar neste jogo. É engraçado, acontece-me tanto…Estão a falar, e vão-me passando coisas pela cabeça, mas resolvo não dizer, não sei porquê. Bom, normalmente ideias esquisitas. Ponho-me a falar com outros não presentes. Ou presentes, mas na minha cabeça.
Como assim?
Tenho consciência de que há várias personagens. É difícil. Contribui para esta minha indecisão. Discutem entre si. Seremos todos assim?
Não sei.
Depois há alturas em que sinto muito claramente. Bom, mas esse é outro campo, o do sentir. Ou não será?
Não sei.
Uma entrega. Vou indo, vou indo. Aí não há indecisão. Um eu uno, se quiseres. Uma lógica diferente. Uma única personagem a sentir. Talvez por isso me sinta tão bem nessa altura. Será possível conciliar?
O quê?
Esses dois lados. E será possível pensar sem diálogo? Que confusão que está esta cabeça. Uma bola de lã com umas pontas, ficou a imagem de outro dia. Quando eu achava que ela se estava a desenrolar, embrulhou-se ainda mais. Gostas da palavra embrulho? Utilizei-a porque dá a ideia de presente. Novidade. Mudança. Ai, pára-me, já viste como estou?
Tu és é doida.
Não, tenho é muita personalidade.
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