Não fazia ideia, amor. Porque não me contaste tudo isso antes?
De alguma forma pensei que soubesses.
Como saberia?
Perdes-te tantas vezes longamente a observar as minhas costas…Pensei que por cada segundo que lá passas me observasses a um nível cada vez mais profundo, e pudesses entender sem to dizer. Primeiro olhas as costas por inteiro, e depois a omoplata saliente, e depois o pescoço, e depois estes pequenos cabelos que temos nesta zona, ao pé da orelha.
São pelos que tens aí, não são cabelos.
E depois este bocadinho de pele. Quando observamos bem, assim com olhos de quem quer compreender, vêem-se uns sulcos, que não chegam a ser as paredes das células, mas aqui dá-me jeito dizer que sim, porque me interessa a imagem das minhas células a tocar-se. E depois, se olhares com a outra visão, tens aqui de treinar a tua atenção, estou convencida que vês as minhas moléculas, e dentro delas o núcleo, onde vês não apenas o meu ADN, mas também aquelas polimerases que fazem a transcrição, que consiste na síntese de RNA mensageiro. Este processo, este último, é universal. Nota bem, de entre todos os conteúdos de que te falo, é o mais micro que é universal. A nossa tendência será a contrária, não? De olhar para o universo para encontrar o universal. Achas que posso ficar aqui para sempre, colada à célula da pele do meu pescoço?
Para sempre não, há que ser flexível. É o movimento que é importante, a tua atenção deve estar no salto. Para que possas sempre regressar.
E se me perco na ida?
Puxas-te entretanto, mas suavemente. Sem julgamentos. Começarás a sentir que decides. Quando vais, e quando ficas. E bem sabes como sentires que escolhes é importante na transformação da história.
Porque aprendemos a não escolher?
Talvez para reagirmos rápido.
Não será bom então esse automatismo?
Terá sido. Num outro contexto. Aquele que me faltava para compreender o teu núcleo. Porque não me contaste tudo isso antes?
Porque pensei que soubesses. Mas lá no fundo, talvez fosse para que me perguntasses, amor.
De alguma forma pensei que soubesses.
Como saberia?
Perdes-te tantas vezes longamente a observar as minhas costas…Pensei que por cada segundo que lá passas me observasses a um nível cada vez mais profundo, e pudesses entender sem to dizer. Primeiro olhas as costas por inteiro, e depois a omoplata saliente, e depois o pescoço, e depois estes pequenos cabelos que temos nesta zona, ao pé da orelha.
São pelos que tens aí, não são cabelos.
E depois este bocadinho de pele. Quando observamos bem, assim com olhos de quem quer compreender, vêem-se uns sulcos, que não chegam a ser as paredes das células, mas aqui dá-me jeito dizer que sim, porque me interessa a imagem das minhas células a tocar-se. E depois, se olhares com a outra visão, tens aqui de treinar a tua atenção, estou convencida que vês as minhas moléculas, e dentro delas o núcleo, onde vês não apenas o meu ADN, mas também aquelas polimerases que fazem a transcrição, que consiste na síntese de RNA mensageiro. Este processo, este último, é universal. Nota bem, de entre todos os conteúdos de que te falo, é o mais micro que é universal. A nossa tendência será a contrária, não? De olhar para o universo para encontrar o universal. Achas que posso ficar aqui para sempre, colada à célula da pele do meu pescoço?
Para sempre não, há que ser flexível. É o movimento que é importante, a tua atenção deve estar no salto. Para que possas sempre regressar.
E se me perco na ida?
Puxas-te entretanto, mas suavemente. Sem julgamentos. Começarás a sentir que decides. Quando vais, e quando ficas. E bem sabes como sentires que escolhes é importante na transformação da história.
Porque aprendemos a não escolher?
Talvez para reagirmos rápido.
Não será bom então esse automatismo?
Terá sido. Num outro contexto. Aquele que me faltava para compreender o teu núcleo. Porque não me contaste tudo isso antes?
Porque pensei que soubesses. Mas lá no fundo, talvez fosse para que me perguntasses, amor.